vexilologia, heráldica e história

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Out 10

Tradicionalmente, as bandeiras dos regimentos de cavalaria do Exército Português dos séculos XVIII e XIX eram estandartes de menor dimensão que as bandeiras de infantaria, existindo um por cada esquadrão regimental. Tradicionalmente, a cor do campo de cada estandarte variava de esquadrão para esquadrão em cada regimento.

 

A organização do Exército Português que se seguiu à vitória liberal na Guerra Civil - em 1833 previa a existência de regimentos de cavalaria de dois tipos caçadores a cavalo e lanceiros), cada qual com quatro esquadrões. Contudo, no planos de uniformes da cavalaria de 1833 deixou de ser prevista a existência de estandartes, existindo apenas as bandeiras de infantaria, agora do novo modelo de fundo azul e branco.

 

Esta situação inverteu-se em 1853, altura em que foram reintroduzidos estandartes nos regimentos de cavalaria, seguindo-se o sistem tradicional de existir um para cada esquadrão, cada qual com um campo de cor diferente. Por coincidência ou não, as quatro cores escolhidas são as quadro cores existentes nas Armas de Portugal, tal como o haviam sido os fundos dos estandartes estabelecidos em 1806.

 

Este modelo de estandarte foi usado até 1863, altura em que deixou de exitir um estandarte por esquadrão, passando a existir um único estandarte por regimento. O campo dos novos estandartes regimentais passou a ser azul e branco como o das bandeiras de infantaria.

 

Modelos de Estandartes de 1853

Pelo Decreto de 20 de Abril de 1853, assinado pelo Duque de Saldanha, cada esquadrão de cada regimento de cavalaria teria um estandarte, que seria transportado por um alferes aluno, um alferes graduado ou o alferes efectivo mais moderno do esquadrão. Os estandartes seriam de seda e bordados a retalho e cordão.

 

O estandarte do 1º esquadrão teria o campo azul, o do 2ª o campo branco, o do 3ª o campo encarnado e o 4º o campo amarelo. A centro teriam as Armas de Portugal bordadas, com uma cruz da Ordem de Cristo pendente e ladeadas por quatro bandeiras nacionais. Sob as armas teriam uma fita branca com a indicação "Regimento n.º..." no anteverso e com a designação específica do regimento ("Lanceiros", "Caçadores", "Lanceiros da Rainha", etc.)  no verso. Em cada cantão seria colocada a cifra da Rainha D. Maria II ("M 2") sob uma coroa real.

 

Cada estandarte seria quadrado, com 80 cm de lado e guarnecido com uma franja de 2 cm, com as cores da farda, da gola, dos canhões e dos vivos do uniforme do regimento. Teria uma gravata com 20 cm de de comprimento, com quatro listas de 1 cm cada uma, com as cores da farda, gola, canhões e vivos regimentais, com uma franja igual à dos estandartes.

 

Seguem-se os modelos de estandartes correspondentes ao Regimento de Cavalaria n.º 2 de Lanceiros da Rainha, cujo uniforme - segundo o plano de 1833 - tinha farda azul-ferrete e gola, canhões e vivos carmesins.

 

Estandarte do 1º Esquadrão

Estandarte do 2º Esquadrão
Estandarte do 3º Esquadrão
Estandarte do 4º Esquadrão

Referências consultadas

  • Decreto de 20 de Abril de 1853
  • SALES, Ernesto Pereira, Bandeiras Regimentaes do Exército e Armada e outras Bandeiras Militares, Centro Tipográfico Colonial, 1930

JOSÉ J. X. SOBRAL

 

publicado por audaces às 16:06

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