vexilologia, heráldica e história

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Dez 08

 Postos e cargos militares (G-S) - ver post anterior 

 

 

T

TENENTE – Posto de segundo comandante de uma companhia de Cavalaria, no século XVII. Em 1707 o posto foi também introduzido na Infantaria, como intermediário entre o de Capitão e o de Alferes. Os Tenentes exerciam os comandos efectivos das companhias cujo capitão era um oficial superior. Mais tarde, e até 1796, as companhias de Cavalaria, de comando de oficial superior, passaram a ter um Primeiro-Tenente e um Segundo-Tenente.
Na Artilharia, até 1911, nunca existiram Alferes, havendo, apenas, Primeiros e Segundos Tenentes. O mesmo sucedeu, na Engenharia, entre 1792 e 1911.
Os Tenentes usavam, como arma e insígnia, uma gineta com a lâmina ondulada. Até início do século XVIII também usavam uma bengala com castão de marfim.
De acordo com o decreto de 30MAI1761 o distintivo dos uniformes dos Tenentes era um galão liso, de largura inferior a um dedo, usado à borda das véstias. Pelo plano de uniformes de 1806, o distintivo de Tenente passou a consistir em duas dragonas nos ombros, a da direita com franjas e, a outra, sem elas. O plano de 1815 introduziu um distintivo para os Tenentes de Caçadores, que consistia em dois galões estreitos à volta dos canhões das mangas. Em 1834, foi introduzido um novo distintivo que consistia em duas dragonas, a da direita com o emblema da arma e a outra sem nada. Em 1856 o distintivo de patente exclusivo para Tenentes de Caçadores, do plano de 1815 – dois galões estreitos - foi reintroduzido, desta vez para todas as armas, mantendo-se, assim, até hoje.
 
TENENTE ALUNO – Designação dos alunos do último ano dos cursos coma duração de sete anos da Academia Militar e Academia da Força Aérea.
 
TENENTE-COMANDANTE – Posto da Marinha, existente entre 1782 e 1796, intermediário entre o Capitão-Tenente e o Primeiro-Tenente;

TENENTE-CORONEL – Posto criado em 1707, altura em que os Terços de Infantaria foram transformados em regimentos e os Mestres de Campo se passaram a denominar Coronéis, nas tropas de 1ª linha. Aos Tenentes-Coronéis foi atribuída a função de segundo comandante de um regimento. No entanto, já em 1642, quando o Príncipe D. Teodósio, foi nomeado Coronel de quatro terços, o comando efectivo dos mesmos foi atribuído a Tenentes do Príncipe, ou seja Tenentes do Coronel.
Os Tenentes-Coroneis usavam, como insígnia, uma bengala com um castão de prata sobre o dourado.
De acordo com os decretos de 27ABR1761 e de 30MAI1761 o distintivo dos uniformes dos Tenentes-Coronéis era um galão estreito, lavrado e aberto, usado na borda dos canhões das casacas e nas véstias. Pelo plano de uniformes de 19MAI1806, o distintivo de Tenente-Coronel passou a consistir em duas dragonas nos ombros, a da direita com franjas e canutilhos grossos, a outra, só com franjas. O plano de 19OUT1815 introduziu um distintivo para os Tenentes-Coronéis de Caçadores, que consistia em dois galões grossos à volta dos canhões das mangas. O plano definido de 25OUT1834, introduziu um novo distintivo que consistia em duas dragonas, a da direita com o emblema da arma e uma coroa real e a outra só com o emblema. Em 1856 o distintivo de patente exclusivo para Tenentes-Coronéis de Caçadores, do plano de 1815 foi reintroduzido, desta vez para todas as armas, mantendo-se, assim, até 1911. Desde 1911 o distintivo tem consistido num galão grosso e dois estreitos..
 
TENENTE-GENERAL – Posto de oficial general, que substituiu, em 1762, o de Mestre de Campo General. O posto de Tenente-General correspondia à patente mais elevada do Exército, já que Marechal-General, Marechal e General eram designações de funções. Até 1797, também existiu o posto de Tenente-General na Marinha, tendo passado, nesse ano, a designar-se Vice-Almirante.
Em 1864 o posto de Tenente-General passou a designar-se General de Divisão. Por sua vez, este posto foi extinto em 1911.
O posto de Tenente-General foi reintroduzido, em 1999, para substituir o que, até então, era conhecido por General de 3 estrelas. Actualmente tem as mesmas características anteriores a 1864, sendo intermediário entre o de General e o de Major-General.
Até 1806 os Tenentes-Generais usavam, como distintivo de patente o que havia sido definido para os Mestres de Campo Generais pelo decreto de 27ABR1761. Pelo plano de uniformes definido pelo alvará de 19MAI1806, o principal distintivo passou a consistir em três estrelas do modelo de oficial general. Este distintivo mantém-se para os actuais Tenentes-Generais.

TENENTE-GENERAL DA ARTILHARIA DO REINO – Nova designação do cargo de Vedor-Mor de Artilharia, adoptada a partir de 1640. O Tenente-General de Artilharia dirigia a Tenência, a repartição logística do Exército encarregue da aquisição, fabricação, armazenamento e distribuição de munições e bocas de fogo de artilharia, bem como de fardamentos e outro equipamento militar. A partir de 1764, a Tenência passou a denominar-se Arsenal Real do Exército. O cargo de Tenente-General da Artilharia tornou-se hereditário, no século XVIII, sendo extinto em 30JUL1792.
 
TENENTE-GENERAL DE CAVALARIA – Designação do cargo do oficial que coadjuvava os Generais de Cavalaria, durante a Guerra da Restauração. O cargo deveria ser, nas tropas de Cavalaria de um exército ou província, análogo ao de Tenente de Mestre de Campo-General. Ao que parece, em exércitos onde existia uma força de Cavalaria reduzida, poderiam não existir Generais de Cavalaria, sendo a mesma comandada por simples Tenentes-Generais de Cavalaria. A função foi extinta em 1707.
 
TENENTE DO MAR – Antigo, posto da Marinha, intermédio entre o de Capitão-Tenente e o de Guarda-Marinha. Era equivalente ao de Capitão do Exército. Em 1782 foi dividido em dois postos, o de Primeiro-Tenente e o de Segundo-Tenente. O termo “Tenente do Mar” continuou, no entanto, a ser utilizado para designar o posto de Primeiro-Tenente.
 
TENENTE DE MESTRE DE CAMPO GENERAL – Cargo de adjunto de comando de um Mestre de Campo General, durante a Guerra da Restauração. A designação do cargo era, muitas vezes, abreviada para Tenente-General. Esta função foi extinta pelas Ordenanças Militares de 15NOV1707.

TENENTE REAL – Título atribuído a Joane Mendes de Vasconcelos, em 1657, como comandante do exército em operações do Alentejo. A sua função correspondia à de Governador das Armas, mas, talvez, com poderes muito mais alargados.
Um título semelhante voltaria a ser aplicado, em 1826, ao infante D. Miguel, altura em que foi nomeado, por D. Pedro IV, Lugar Tenente Real da Rainha D. Maria II.

TENENTE-REI - Cargo de segundo comandante das praças de guerra de 1ª Classe, subordinado ao Governador. Em meados do século XIX para designar esta função, passou a ser usado o termo Tenente-Governador.
 
TENENTE-GOVERNADOR – Designação do segundo comandante de uma praça de guerra de 1ª classe, a partir de meados do século XIX.

TROMBETA – Designação do trombeteiro ou tocador de trombeta, que, nas unidades de Cavalaria, além de desempenhar a função de sinaleiro como os Tambores de Infantaria, desempenhava, ainda as funções de mensageiro e de reconhecimento
 
V
 
VAGOMESTRE ou VAGUEMESTRE – Designação dos Sargentos do serviço de intendência de uma pequena unidade. Antigamente, cada um dos Vagomestres tinha a seu cargo um dos carros de abastecimentos do trem de viveres da sua unidade.
 
VEDOR GERAL – Era o cargo de supervisor financeiro do Exército de cada província, a partir de 1642. Os Vedores Gerais dependiam do Superintendente da Contadoria Geral da Guerra.

 VEDOR-MOR DA ARTILHARIA – Cargo, criado durante o reinado de D. Afonso V, ao qual competia a direcção-geral da Artilharia do Reino, sobretudo no que dizia respeito à obtenção, armazenamento e distribuição de armas e munições. Em 1640 o cargo foi substituído pelo de Tenente-General de Artilharia.
 
VEDOR-GERAL DE ARTILHARIA DO ALENTEJO – Delegado do Tenente-General da Artilharia do Reino, responsável pelo abastecimento logístico no Exército, no Alentejo e no Algarve.
 
VEDOR DE ARTILHARIA – Designação dos delegados do Vedor-Mor de Artilharia e, mais tarde, do Tenente-General de Artilharia, sendo responsáveis pela obtenção, armazenamento e distribuição de armas , munições e outro equipamento às tropas de uma determinada província ou exército em operações.
 
VICE-ALMIRANTE – Posto de oficial general da Marinha, introduzido pelo decreto de 16DEZ1789. O posto de Vice-Almirante era imediatamente superior ao de Tenente-General da Marinha, senda mais elevada patente efectiva da Armada, já que Almirante e Capitão-General eram, apenas, títulos de funções. Em termos de equivalência de patentes com o Exército, ao Vice-Almirante era atribuída uma precedência imediatamente inferior à do Marechal-General e superior à do Tenente-General. Seria, portanto, aproximadamente equivalente a Marechal e General.
Por decreto de 7JAN1797 o posto de Vice-Almirante passou a designar-se Almirante. Por sua vez a designação Vice-Almirante substituiu a de Tenente-General da Marinha. O posto de Vice-Almirante passou, assim, a ser intermediário entre o de Almirante e o de Chefe de Esquadra e equivalente ao de Tenente-General do Exército..
A patente de Vice-Almirante, volta a ser, em 1892, o posto efectivo mais elevado da Marinha, já que os superiores – Almirante e Almirante-General – se tornam meras dignidades honoríficas.
Em 1911, a designação Vice-Almirante passa a ser reservada, exclusivamente, ao oficial general que exerça as funções de chefe militar da Armada. Mais tarde, a designação é, também atribuída aos oficiais da Marinha que exerçam as funções de chefe das Forças Armadas e de presidente do Supremo Tribunal Militar.
Em 1977 a denominação dos postos da Marinha é, novamente, alterada. A designação Vice-Almirante passa a ser atribuída ao posto, até aí, designado por Contra-Almirante - equivalente a General de 3 estrelas do Exército. Os titulares das funções aos quais, até 1977, era atribuída a designação de Vice-Almirante, passam a ser designados Almirante. Com a reintrodução do posto de Tenente-General, no Exército, em 1999, o posto de Vice-Almirante voltou a ser equivalente a este.
 
 
JOSÉ J. X. SOBRAL
 
publicado por audaces às 10:51

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